terça-feira, 5 de junho de 2012



O Essencial

Vivemos a era do agora. Tudo é muito rápido, tudo passa muito rápido. Os bens que compramos hoje, tornam-se ultrapassados amanhã. Queremos tudo muito rápido:  serviços ágeis e pontuais. Vivemos ansiosos e imediatistas. 

Esses sentimentos vem, em parte, da nossa própria limitação temporal. Somos seres finitos, mortais e já nascemos com um temporizador. A cada respirar, a cada mover, somos reféns do tempo. A Bíblia nos diz isso em Eclesiastes 3 verso 1: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.”

Enquanto parte dessa euforia está na condição finita do homem, a outra parte tem origem no nosso coração, centro das emoções. Somos tentados a ser egoístas e hedonistas. Vivendo para nós mesmos, nos esquecemos do outro e do quão limitados somos. Passamos a viver de modo a obter aquilo que nos dá prazer agora, independente do que isso custe aos outros ou até a nós mesmos.

Quer exemplo melhor disso que o uso de drogas? Sejam elas lícitas (álcool, tabaco, medicamentos) ou ilícitas( maconha, crack, cocaína, etc), o objetivo é obter prazer rápido e duradouro ou retirar aquelas sensações e sentimentos que tanto nos angustiam. O homem tem colocado o prazer no centro de sua vida, mas isso tem um preço. Muitas pessoas pagam um alto preço por momentos assim: liberdade, família, dignidade. 

Ah! Se nós parássemos para pensar no que a Bíblia tem a nos dizer: “Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.”(2º Coríntios 4:18) Poderia citar aqui Saint-Exupery que concorda com esse princípio bíblico: “O essencial é invisível aos olhos”.

Diante disso, é possível concluir que, muitas vezes, aquilo que nosso coração deseja, não é o essencial. Nossa vontade deve estar fixa em valores que não passam, em atitudes verdadeiras e duradouras. Devemos deixar de lado o agora e aprender a esperar, pois a espera é que nos aperfeiçoa. Um fast-food pode até nos proporcionar prazer, mas não se compara a comida caseira da avó, correto? Só que o fast-food, sai em 5 minutos. A comida caseira custa horas, envolve preparo, experiência, destreza, qualidades que demandam tempo. De certa forma, vale a pena, “perder tempo” para ganhar em qualidade.

É como a bíblia diz: “(..)porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu. (Romanos 5:3-5) 

 Não estamos simplesmente a espera de um céu. Mas estamos a caminho dele e, enquanto caminhamos, somos transformados dia a dia. Por isso, não é ruim esperar!

Por Pedro Pereira

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